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Uma dose generosa de sonho e tragédia - ingredientes fundamentais de uma boa trama para qualquer idade - foi o que atraiu o interesse do escritor português José Jorge Letria pela história de Elvis Presley. A trajetória do rei do rock, morto há pouco mais de 30 anos, ganha agora uma versão para crianças e adolescentes em livro ilustrado por Afonso Cruz, lançado no Brasil pela Texto Editores. “Escolhi falar de Elvis porque sempre gostei da sua maneira de cantar, do seu estilo e da revolução estética e de mentalidades que ele, talvez sem se dar conta, ajudou a realizar”, conta o autor, nascido em Cascais, Portugal, em 1951. Além de quase 200 livros publicados em diversos gêneros e línguas, Letria escreveu sobre os Beatles e neste momento se dedica à biografia de Jim Morrison para a garotada.
“O que me encanta nesse universo singular do rock são os dramas, os sonhos de glória e também a dimensão trágica da vida que existem em torno da música e de tudo o que ela representa para o ser humano”, diz Letria, que atuou como um dos autores da equipe da consagrada série infanto-juvenil “Rua Sésamo” (“Vila Sésamo”, no Brasil).
Quem conduz “Elvis – O rei do rock” é a pequena Madalena, que descobre “Love me tender”, um dos maiores sucessos do astro, na festa de seu aniversário. Saudoso de seus tempos de juventude, o pai da garota aproveita, então, para apresentá-la ao universo mágico do cantor, que apesar de ter se tornado um dos maiores ídolos de todos os tempos, não teve um final feliz, morrendo, muito acima do peso e viciado em drogas, aos 42 anos.
Tabus
“Acredito que não devem existir tabus quando escrevemos para os mais novos”, diz Letria. “A única preocupação foi com a acessibilidade da linguagem, preocupação que sempre tenho quando escrevo para crianças e jovens.” Os filhos do autor já passam dos 30 anos, mas ele conta que partilhou com eles as músicas de sua adolescência. “As coisas boas existem para ser partilhadas, de preferência sem barreiras geracionais.” Para ele, a única “estratégia” para se manter atualizado é o contato regular com crianças e adolescentes, “para perceber como pensam e são moldados pela relação com as novas tecnologias”. Mas, antes de tudo, há um aspecto fundamental: “tentar nunca me esquecer de como pensava e sentia quando tinha a idade deles.”
Fonte:http:// g1.globo.com