sexta-feira, março 23, 2007

Elvis Presley - nascendo o rock 'n' roll




AWOP- BOP-A- LOO-BOP-A- LOP BAM-BOOM!!!
Elvis explodia por todos os lados, para euforia da garotada e desespero dos mais velhos. Aquele garotão de cabelo cheio de gomalina, blusão vermelho, requebros selvagens e sensuais começavam a sacudir a juventude, animando-a a jogar para o alto os velhos padrões impostos pelos adultos.
Elvis iniciou sua carreira trazendo para as casas da classe média branca, músicas que, antes, só eram ouvidas tarde da noite, em pequenas emissoras e discos especiais para negros. Gemendo, grunhindo escarnecendo, ele cantava versos que definiam bem sua maneira de ser: lf you´re looking for trouble you came to the ríght place lf you,re looking for troubles just look right ín my face.Enquanto ele cantava, com sua petulância característica, apareciam cartazes com dizeres do tipo: "Atenção! Pare: ajude a salvar a juventude americana.
Não compre discos de música negra. Os gritos roucos, as palavras imbecis e a música selvagem desses discos estão minando o moral de nossa juventude branca!". Mas já era tarde demais. A "música selvagem" soava por toda parte e EIvis também, mostrando que a juventude branca podia ser parte ativa da nova música. Os quadrados podiam protestar à vontade.
Elvis tinha com ele a fórmula do rock: nascera e crescera ouvindo blues e country music. Nascido no sul dos Estados Unidos, em Tupelo, Mississipi, mudou-se com a família para Memphis, Tennessee, quando estava na difícil idade de treze anos. Chamava-se Elvis Aaron Presley e viera ao mundo no dia oito de janeiro de 1935. Era filho de Vernon e Gladys Presley, trabalhadores rurais muito pobres e amparados pelo Serviço Social. A mãe morreria em 1958, quando Elvis chegava ao auge do sucesso.
Numa de suas raras entrevistas a respeito de sua música, Elvis disse ao Hit Parade Magazine, em janeiro de 1957, explicando como Sam Philiips o ajudara: "Você quer fazer um blues? - ele me perguntou, ao telefone, sabendo que eu era vidrado na coisa. Mencionou o nome de Big Boy Crudup e talvez de outros cantores, não me lembro. Corri quinze quarteirões até o escritório de Mr. Phiilips. Conversamos sobre as gravações de Crudup, principalmente All Right Mama, um dos meus favoritos." Na Sun Records, Elvis gravou cinco discos, todos com uma canção parecida com blues, de um lado, e um número country do outro.
Na época, ele já havia se apresentado em toda a área de Memphis e chamou a atenção de um homem com o mesmo amor, à música mas com sonhos maiores e muito mais ambição do que Sam Phillips: era o "Coronel" Tom Parker, antigo divulgador, com um olho infalível para negócios, que predizia um futuro sem limites para Elvis.
O "Coronel" tornou-se empresário do garotão e a RCA Victor comprou as gravações de Elvis feitas na Sun. O preço incluía um Cadilac, que era extremamente caro naquela época: 35 mil dólares. A fama do rapaz de Tupelo já havia se espalhado. Ele aparecia em programas de TV, quebrava recordes de bilheteria nos concertos que fazia por todo o país e conquistara uma legião de fãs no mundo inteiro. Atrás de tudo, estava o "Coronel" Parker, prevendo, cuidando - e faturando.
Os anos sessenta trouxeram o Beatles, tornando Elvis uma coisa do passado. Mas, por volta de 1967, o tempo pareceu colocar-se ao lado do ídolo esquecido. Os fãs amadurecidos sentiram saudades dos dias da adolescência. De repente, as antigas canções tornaram-se novas e as pessoas começaram a reencontrar as virtudes daquelas velhas músicas e o interesse nas origens do rock.
Elvis sentiu que aí estava a sua chance. Deixou de lado o "Coronel", ligando-se a Chris Moran, um do homens que viam a possibilidade de um retorno do moço de Tupelo ao sucesso. Moran levou Elvis de volta a Memphís, o que resultou num bom disco: From Elvis in Memphis. Seguiram-se Suspicious Minds, lf I Can Dream, e Burning Love. Em 1971, foi lançado Elvis country..
A importância histórica de Elvis, entretanto, é inegável. Ele foi o grande pioneiro, o primeiro a ousar expressar, com a voz e o corpo, as sensações provocadas pela nova música. Todos os rockeiros têm um débito com ele que não pode ser pago - e esse débito é mais importante do que todos os sintomas de decadência.
Fonte: portaldorock.com.br